Texto, vídeo e fotos por Edvair Ribeiro, poeta do SuperNova
O domingo do dia 23 de junho de 2011 tinha tudo para ser festivo para a família Souza, moradores de São Sebastião, cidade a 25 km do Plano Piloto. Feriado. Família unida. Amigos e parentes, alguns residentes em outro estado. Confraternização. Clima de festa. Até que, por volta do meio dia, foram surpreendidos com noticia de que um dos seus membros (Clênio de Souza) havia perdido a vida no trevo que liga a BR 251 a São Sebastião.
Choque e dor para os familiares e amigos do Clênio, que veio engrossar o numero de vítimas em acidentes fatais no trevo já alcunhado pelos moradores como “Trevo da Morte”, pois no transcorrer dos últimos anos já se perdeu conta do numero de acidentes, quase sempre culminando em morte, ocorridos no local.
Dessa vez a vitima foi Clênio de Souza, um homem de 47 anos, ainda no auge da cadeia produtiva, morador de São Sebastião há 36 anos, cidade aonde chegou com 11 anos de idade, filho de família equilibrada, cuja história de vida foi fundamentada na região de São Sebastião, desde quando esta era apenas um complexo oleiro.
Estudou no Colégio da Bênção. Enquanto adolescente, trabalhou da Cerâmica Nacional, na lida das olarias. No antigo armazém do seu João Paulo, exercendo cargo de confiança. Foi caminhoneiro, até que se estabeleceu como serralheiro.
Enquanto velávamos o corpo de Clênio, nos perguntávamos quem seria a próxima vitima do Trevo da morte e, durante o seu sepultamento, às 18h, mais ou menos trinta horas depois de sua morte, recebemos, no cemitério, a notícia de que mais um acidente com vitima acontecera no mesmo local. Isso nos fez tomar a decisão de realizar uma manifestação no sentido de chamar a atenção das autoridades para a necessidade, urgente, de buscar uma solução para evitar a continuidade dessas tragédias no fatídico local.
Então, no domingo, 26 de junho, às nove da manhã, a família de Clênio, junto com amigos e várias outras pessoas da comunidade, (caminhoneiros, lideres comunitários) realizaram uma manifestação no trevo da morte onde, por mais de duas horas, interromperam parcialmente a rodovia e, em outro instante, fecharam-na completamente, isso com o único propósito de mobilizar as autoridades competentes (DNIT) para a gravidade da situação e para a necessidade urgente da uma solução.
A manifestação contou com a cobertura das TV’s Globo, Record e SBT e o acompanhamento da Polícia Militar, a quem agradecemos. O grupo organizador estabeleceu um novo ato de protesto para o próximo domingo, 03 de julho.
Cidadão exemplar, cumpridor dos deveres e pai de família zeloso, Clênio de Souza deixa quatro filhos que irão amargar o vazio deixado por sua ausência, com a qual terão que se acostumar, mas, a titulo de consolo, herdará dele os bons exemplos, a aura de carinho, a admiração e o respeito dos amigos, pois nenhuma das pessoas que o conheceram pode apontar sequer uma atitude desabonadora do homem Clênio de Souza, exceto o fato de ser humano.
Abaixo, reportagem no G1
Moradores de São Sebastião, no DF, fazem protesto na BR-251
Manifestantes interromperam trânsito na saída para Unaí (MG).
Moradores querem instalação de redutor de velocidade e mais sinalização.
Moradores querem instalação de redutor de velocidade e mais sinalização.
Do G1 DF
Moradores de São Sebastião realizaram na manhã deste domingo (26) um protesto na BR-251. Os manifestantes interditaram por cerca de duas horas a pista na saída para Unaí (MG). De acordo com a associação dos moradores da cidade, a pista é conhecida como “trevo da morte”, por ser a via da cidade onde mais acontecem acidentes de trânsito.
No feriado de Corpus Christi, celebrado na última quinta-feira (23), um homem de 47 anos morreu às margens da rodovia quando tentava fazer retorno. O carro dele foi atingido por um caminhão. Ele deixou quatro filhos.
De acordo com os moradores, quase todos os dias acontece um acidente fatal e eles estão cansados de pedir uma providência ao governo. Segundo o presidente da Associação dos Moradores de São Sebastião, Vaildes Alves, a alta velocidade, a imprudência e a falta de sinalização são as principais causas dos acidentes na pista.
“A gente quer que seja instalado um redutor de velocidade neste trecho da pista. É importante que o governo autorize a construção de um balão e coloque mais sinalização na via. Isso, com certeza, vai diminuir bastante o número de mortes neste trecho”, disse Alves.
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